Casos de estudo e monitorização de performance de navios
Como se define o que necessita de atenção? Necessariamente serão aqueles parâmetros operacionais que implicam com os custos operacionais ou com a segurança das pessoas e dos investimentos, isto é, com os navios propriamente ditos. Ao estabelecermos valores máximos para o consumo de HFO, diesel, ou óleo lubrificante, estamos a delimitar os valores acima ou abaixo dos quais não aceitamos como bons para operação continuada do navio.
Assim, e dado o forte impacto que o consumo de HFO tem nos custos de operação, este torna-se um dos fatores chave a considerar para avaliar a performance energética dos navios. As variáveis operacionais, como sejam os consumos específicos, dos vários equipamentos de conversão de energia instalados a bordo, são considerados KPI, ou Key Performance Indicators.
- SFOCb: Brake Specific Fuel Oil Consumption (g/kWh);
- SFOCe: Electric Specific Fuel Oil Consumption (g/kWhe);
- EETI : kWh/ Ton x Mn;
- EEOI: Ton CO2/ Ton x Mn;
- Rendimento do hélice;
- Impulso em função da potência;
- Potência entregue do hélice em função do velocidade do navio;
- Rendimento do motor principal;
- SSC: Specific Steam Cosumption (kg vapor/ kWh);
- Rendimento da caldeira: %
- COP – Coeficient of Performance: %
- Consumo de HFO por Distância Percorrida: Ton/Mn;
- kWh/Mn
No entanto, como só podem ser comparadas variáveis comparáveis, a monitorização de performance dos navios, obriga a que aos dados sejam tratados de forma sistemática e sempre igual, de tal forma que sejam eleitos para o estudo da performance somente os dados que satisfaçam de terminadas condições pré estabelecidas; em particular, as condições ambientais como sejam, direção do vento e intensidade relativamente à proa do navio, direção da onda e altura relativamente à proa do navio, direção e intensidade das correntes oceânicas relativamente à proa do navio, rotações por minuto do hélice, velocidade sobre a crosta terrestre, velocidade sobre a água, calado do navio e potência, pressão atmosférica e temperatura do ar na sala de máquinas.
O conjunto de variáveis acima mencionadas estabelecem os denominados filtros, que têm que ser definidos numericamente antes da implementação da análise de dados.
Curva do hélice Potência=F(Vs) dados não filtrados
Curva do hélice Potência = F(Vs) dados filtrados 75% dos dados da figura à esquerda foram desprezados
- Influência das correntes e dos ventos na filtragem de dados
Dados das rotações do hélice em função da velocidade do navio dados não filtrados
Dados das rotações do hélice em função da velocidade do navio dados filtrados
- Rácio de performance PR
Só depois de estabelecidos os filtros, podem ser tratados os dados em bruto, refinando-os em diversas etapas e com diferentes objetivos de identificar deficiências nos diferentes sistemas energéticos do navio. A cobertura total de todos os sistemas de conversão de energia, embora possível, torna-se economicamente inviável para lá de um determinado nível, dado o custo dos transdutores, mas também devido ao número de dados a tratar, e principalmente a serem digeridos por que analisa os dados.
Foi com tal objetivo de tratar os dados em bruto de uma forma automática que nasceu o programa BOEM-S “Blue Overall Energy Monitoring System”. O BOEM-S, recebe os dados em bruto, filtra os dados com base nos filtros operacionais definidos, analisa os dados estatisticamente, e representa os KPI de forma gráfica e objetiva, alertando o pessoal envolvido com a análise da performance dos navios, sem que sejam sobre carreados com dados em excesso.
- Motores Principais e Auxiliares SFOC – Minimizar
- Alternador do Eixo / Alternador Turbo – Maximizar
- Carga de Energia Elétrica – Minimizar
- Funcionamento da Caldeira – Otimizar
- Draft e Trim – Otimizar
- Gestão de Viagem – Otimizar
- Gestão de Curso Piloto Automático – Otimizar
- Perdas Gerais de Energia – Minimizar
- Operação Otimizada do Motor Principal
Recolhendo informações e estudando o funcionamento da Máquina Principal, é possível identificar as zonas normais de funcionamento e otimizar a operação para atingir valores ótimos de consumo e de performance, resultando em poupanças muito significativas para o armador e, assim, reduzindo os custos operacionais e aumentando a competitividade.
- Outros sistemas que devem ser abordados num Sistema de Gestão de Energia
- Uma queda de 3,5g / kWh no MGO entre 45% e 90% de potência ideal
- 1 motor funcionando a 900kW em vez de 2 motores funcionando a 450 kW
- Economia de US $ 60 por dia em (HFO)
- Economia de US $ 50 por dia em óleo lubrificante
Controlo de Emissões
Um Sistema de Gestão de Energia compreende um grande aliado no controlo e redução de emissões.
Índice Operacional de Emissões de Energia
Desempenho de Emissões
Velocidades dos navios: otimização da velocidade do navio com base nos custos de combustível, previsões climatéricas, tempo de chegada estimado e taxas de frete são facilmente estimadas no BOEM-S. Verifique os pontos então criados, para ajudar as tripulações a verificar o desenvolvimento da viagem.
Ajuste dinâmico: O ajuste é adaptado dinamicamente pela tripulação em qualquer condição climatérica e draft. Usando a interface interativa do VEEO, a tripulação pode ajustar ângulo ideal por meio da observação do consumo de combustível, velocidade do navio e RPM