O desenvolvimento social e tecnológico a nível mundial tem sido, em parte, responsável pela evolução e melhoria da qualidade de vida das sociedades por todo o mundo. Porém, tal evolução tem por base um aumento substancial e cada vez mais significativo do consumo dos recursos energéticos do planeta (Energy, 2020).

Uma parte significativa deste consumo é feita com o objetivo de produzir eletricidade, podendo esta ser obtida quer a partir de fontes de energia renováveis quer não-renováveis. Pese embora a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis aumente anualmente, a sua obtenção a partir de fontes não renováveis também tem aumentado para dar resposta à crescente procura. Este aumento resulta numa maior emissão de gases poluentes para a atmosfera que, em conjunto com outros fatores resultantes da atividade humana, têm contribuído para as cada vez mais notórias alterações climáticas.

Torna-se assim cada vez mais premente inverter – ou no mínimo atenuar – a tendência de aumento de consumo dos recursos energéticos e dar maior enfoque ao aumento da eficiência na sua utilização.

 
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Figura 1 – Evolução mundial do consumo de eletricidade (1990-2019) (Global Energy Statistical Yearbook 2020, 2020).

A iluminação no consumo de eletricidade

 

De acordo com dados avançados pela AIE (Agência Internacional da Energia), cerca de 19% da eletricidade consumida a nível mundial destina-se a sistemas de iluminação, ficando-se na União Europeia pelos 14% (Aníbal de Almeida, 2014). Considerando que atualmente existem inúmeros sistemas de iluminação a nível doméstico, industrial ou de iluminação/sinalização pública que ainda dispõem de tecnologia antiga e ineficiente (como por exemplo lâmpadas incandescentes), o potencial de redução dos consumos neste campo é, à data de hoje, ainda significativo.

Na imagem seguinte é possível verificar a distribuição a nível europeu do consumo de eletricidade para efeitos de iluminação em diferentes sectores:

 
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Figura 2 – Consumo de eletricidade para iluminação na Europa por sector em 2007 (Aníbal de Almeida, 2014).

 

Relativamente à indústria, o peso do consumo de eletricidade para efeitos de iluminação na fatura mensal apresenta uma elevada variabilidade, dependendo do tipo de atividade em questão, permanecendo no entanto uma parcela de consumo considerável. Ao nível dos edifícios comerciais e residenciais, este valor pode ascender a cerca de 17%. Relativamente à iluminação pública, esta pode representar cerca de 60-80% do consumo de eletricidade dos municípios (Rachel Dzombak, 2020). É devido ao elevado peso da iluminação na fatura de eletricidade que a adoção de medidas de aumento de eficiência apresenta um elevado potencial de poupança.

É possível abordar a questão de diversas formas, sendo as seguintes as três principais formas de aumentar a eficiência de iluminação (Khairul Rijal Wagiman):

  • substituir/adaptar luminárias com tecnologia ineficiente (ex: lâmpadas incandescentes) por luminárias que utilizem tecnologia eficiente (ex: LED);
  • ajustar o nível de iluminação (a adoção de luminárias mais eficientes e com maior poder de iluminação pode resultar na diminuição do número de pontos de iluminação);
  • implementar sistemas de controlo (ex: ajuste automático da iluminação em função da ocupação do espaço ou da luminosidade natural disponível).

 

No caso do recurso à substituição de equipamentos pouco eficientes por iluminação de tecnologia LED, são várias as vantagens que podem ser obtidas (Aníbal de Almeida, 2014):

  • Redução significativa do consumo de eletricidade, devido à superior eficiência energética da tecnologia LED;
  • Diminuição das perdas térmicas, podendo resultar numa menor necessidade de recurso a equipamentos de climatização;
  • Maior período de vida útil (lâmpadas LED têm uma durabilidade de entre 25.000 a 50.000 horas, consideravelmente superior a outras tecnologias, prevendo-se que no futuro possa chegar até 75.000 horas (Andrei Nardelli));
  • Baixos custos de manutenção;
  • Menor poluição luminosa;
  • Ampla gama de cores e tons;
  • Escalável;

 

Uma das principais e mais frequentes desvantagens apontadas prende-se com o maior custo de investimento inicial, no entanto o retorno obtido com base nas poupanças alcançadas permite uma rápida recuperação do mesmo. Considerando ainda a redução do preço que se tem verificado nos últimos anos devido à evolução e melhoria tecnológica, e a sua previsível continuação, a tecnologia LED torna-se cada vez mais uma opção viável e apetecível.

É, no entanto, fundamental que um projeto de implementação de um sistema de iluminação eficiente seja precedido por um estudo exaustivo da instalação e da sua condição atual. Tal permitirá definir qual a melhor solução a implementar tendo em conta as necessidades individuais de cada cliente. Na TecnoVeritas pode contar com a experiência de uma equipa de engenheiros dedicada para realizar um levantamento da eficiência energética da sua instalação, propondo as melhores soluções num formato personalizado e tendo em conta as suas necessidades, sempre com vista a maximizar o seu retorno de investimento.

Bibliografia

 

Andrei Nardelli, E. D. (s.d.). Assessment of Light Emitting Diodes technology for general lighting: A critical review.

Aníbal de Almeida, B. S. (2014). Solid state lighting review – Potential and challenges in Europe.

Cook, B. (s.d.). High-efficiency lighting in industry and commercial buildings.

Energy. (17 de 07 de 2020). Obtido de ourworldindata.org: https://ourworldindata.org/energy

Global Energy Statistical Yearbook 2020. (17 de 07 de 2020). Obtido em 15 de 07 de 2020, de yearbook.enerdata.net: https://yearbook.enerdata.net/electricity/electricity-domestic-consumption-data.html

Khairul Rijal Wagiman, M. N. (s.d.). Lighting system control techniques in commercial buildings: Current trends and future directions.

Rachel Dzombak, E. K. (2020). Exploring Cost and Environmental Implications of Optimal Technology Management Strategies in the Street Lighting Industry.